segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Mesmo quando tudo parece perdido, ainda há esperança!

Tá bom, tá bom...

Estou sumido, mas é por uma boa (será) causa.

O tratamento dentário esgota meu tempo (e bolso...snif, snif), e tá uma correria no seminário. Isso que dá deixar para fazer trabalhos em cima da hora.

Falando em seminário, na minha sala tem muitas pessoas especiais, trabalhadoras, dispostas a servir fielmente. Uma delas é o Aldo, amigo chileno já alguns anos, e que tivemos o prazer de nos encontrar na mesma classe do seminário. O Aldo está à frente da Missão Batista em Jabaeté, na grande Terra Vermelha, e de vez em quando compartilha conosco algumas experiências impressionantes. Abaixo segue mais uma dessas experiências que nos tocam o coração.

João Vitor é um menino de 7 anos, pela sua estatura parece uma criança de 5 anos, mas pela sua personalidade parece um rapaz de 10! João Vitor era uma criança maltratada pelo seu pai, alias um pai bêbado. Apanhava constantemente, inclusive por freqüentar a Missão de Jabaeté, a nossa missão. João Vitor era rude. João Vitor era de poucas palavras. Sempre falava que não queria conhecer esse "tal" de Jesus. Aos gestos nos mostrava como era possível pisotear em cima desse tal de Jesus Cristo! João Vitor não gostava de ser abraçado, de receber beijos ou qualquer tipo de amor! Mas assim e tudo, João Vitor tinha algo nos olhos que nós chamava a sua atenção! Começamos a visitar sua casa, conhecemos um pouco mais sua família, dedicando um pouco mais de atenção para ele.

O tempo passou e, a cada domingo João Vitor estava no culto das crianças. Lembrou-me que um dia, perguntamos a cada criança se tinha um motivo de oração. Pedimos para levantar a mão e falar seu pedido. João Vitor levantou sua pequena mão e com voz sutil solicitou oração pelo seu pai. Assim, quase todo domingo que perguntávamos por oração, João Vitor fazia o mesmo pedido! O coração de João Vitor puxava de amor pelo seu Pai! A pesar do sofrimento, João Vitor clamava pelo seu Pai! A pesar de apanhar constantemente ele preocupava-se pelo seu pai! Certo domingo João Vitor procurou-me e fez uma pergunta: posso orar o pai nosso em voz alta? Resultado: João Vitor destemido orou com todo seu coração! Orou com toda sua alma! Orou com todas suas forças! Sem duvida alguma, Deus estava realizando uma grande transformação na vida de João Vitor!

Semana passada, Deus corôo a vida de João Vitor! Seu pai aos choros, aos prantos procurou-me na rua, solicitando conversar, desabafando assim do tormento que estava vivendo. Na verdade precisava do perdão de Deus! Precisava do refrigero que só Jesus Cristo pode entregar! O pai de João Vitor queria mudar de vida! Queria iniciar uma nova etapa junto com sua família: com João Vitor! Oramos e pregamos a Palavra de Deus, que penetra mais fundo que uma espada de dois gumes! Resultado: o pai de João Vitor fez sua decisão de voltar aos braços do Pai! Voltar aos braços de Jesus! Foi um dia de alegria. Foi um dia de jubilo! Foi um dia de festa!

O pai de João Vitor confessou-me acerca das atitudes do seu filho. João Vitor orava em casa. João Vitor orava pelo seu pai, mesmo no sofrimento, mesmo quando seu pai estava bêbado, mesmo apanhando orava pelo seu pai! Como Deus nos surpreende -João Vitor- o menino que não queria conhecer esse Jesus que pregávamos, acabou pregando o evangelho de Cristo para seu pai! Pregou salvação para sua família!

Continuo pensando: João Vitor pela sua estatura aparenta 5 anos, pela sua personalidade aparenta um menino de 10 anos! mas agora, pela sua força: um evangelista em potencial! Pela sua atitude: um exemplo de vida!

Que Deus nós outorgue esse força de pregar o evangelho, mesmo em meio ao sofrimento, mesmo quando tudo parece perdido!

Aldo.

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